29 de out. de 2010


Não deixe a tristeza que as vezes nem é sua, tomar conta da sua vida e fazer morada na sua alma quase nua. Mantenha a serenidade sem rir de qualquer coisa, pois não somos hienas perdidas. Nem se perca em tolas lamentações, como criança mimada no supermercado, com algum desejo frustrado. Olhe para a frente! Até porque, os que olham para o chão, quase sempre tropeçam nos postes, ou dão de cabeça no "orelhão". Veja quantas oportunidades no dia que começa! O terreno baldio que tanto te incomoda, é um convite para o esforço do seu suor. Oportunidade bendita de criar um jardim, uma horta, algo muito melhor. O vizinho que toca música alta pode ser um solitário, esperando uma visita para um papo, que pode se estender para um abraço sem nada dizer. Tudo o que é preciso para uma amizade nascer. A fofoqueira da rua, é alma carente, que precisa além de afeto, uma palavra paciente. O desemprego desesperador, pode ser outro bom fator, para revelar em você, um grande empreendedor. O martírio dessa doença, uma força para a ciência, que ao investigar o seu problema abre portas, desvenda mistérios e na procura, a tão esperada cura. O relacionamento que se despedaçou, pode até significar dor, medo, ausência. Mas, o coração que hoje se fecha, é o mesmo que amanhã se alegra, com a atenção de alguém que desperta, na sua alma carente, o eterno desejo de amar, que em todos é latente. Por isso, em tudo, não se desespere! Antes, enxergue possibilidades: - nas portas que se fecham, - nos amigos que desaparecem, - nos contratos que não foram fechados, - na ligação que não veio, - no beijo que não virá, em tudo, uma mão gigantesca vem apoiar, aqueles que mesmo com chagas, insistem em lutar, um amor que ultrapassa a nossa compreensão, vem nos abrigar, e se caímos, vem nos levantar. Amor além do tempo, sem medidas, além da compreensão, amor de Deus, benção para todos, sem distinção. Eu acredito em você Paulo Roberto Gaefke

(Marcos Ernani)

"Deveríamos ser sensíveis como as crianças,
que sentem alegria nas pequenas coisas..."


Adeus,


que é tempo de marear!



Por que procuram pelos olhos meus

rastros de choro,

direções de olhar?



Quem fala em praias de cristal e de ouro,

abrindo estrelas nos aléns do mar?

Quem pensa num desembarcadouro?

- É hora, apenas, de marear.



Quem chama o sol? Mas quem procura o vento?

e âncora? e bússola? e rumo e lugar?

Quem levanta do esquecimento

esses fantasmas de perguntar?



Lenço de adeuses já perdi...Por onde?

- na terra, andando, e só de tanto andar...

Não faz mal. Que ninguém responde

a um lenço movido no ar...



Perdi meu lenço e meu passaporte

- senhas inúteis de ir e chegar.

Quem lembra a fala da ausência

num mundo sem correspondência?



Viajante da sorte na barca da sorte,

sem vida nem morte...



Adeus,

que é tempo de marear!



CECÍLIA MEIRELES