3 de set. de 2011

SEIOS SÃO DUAS ONDAS REDONDAS QUE DEUS TIROU DO MAR E COLOCOU NA MULHER!!!


Os seios de uma mulher são sua face, seu rosto, suas intensidades, seus gostos e desgostos. Vê-los simplesmente, sem que exista ali o semblante de quem os possui nada mais é do que nada.
Quando era menino os seios me pareciam duas bolas de gude, quando amadureci tive plena certeza que eram as esferas mais radiantes que um corpo de mulher pode ter. Nunca me passou pela cabeça que os seios estavam lá simplesmente para que pudessem ser usados como um veículo de alimentação. Seria de uma displicência incrível de quem os criou. Sempre me pareceu que o criador desenhou ali frutas. Sendo assim, alguns seios têm formato de pêssegos, outros de morangos, há os que parecem com pêras e os abundantes são uma grande concentração de amoras. Sempre tropicais, os seios são sempre tropicais. Exigem eles uma grande liberdade, um remexer-se, um dançar, um frenesi. Mesmo aparentando frutas de inverno brotam no verão, é essa a estação. A sua estação.
As mulheres carregam seus seios como quem carregam suas existências. Acredito que lá dentro trazem bilhetes de antigos amores, histórias de quando deixaram de ser meninas, portas que se fecharam e arco-íris que se fotografaram. Neles estão as marcas dos afetos, dos carinhos, de mãos que mesmo rudes foram delicadas e de mãos que mesmo querendo ser delicadas foram rudes. Geograficamente se encontram lá em cima, a frente, algum espaço primeiro de todo encontro. Os seios abraçam muito antes de todo o corpo. Quase como um sensor – isso se perderá, isso ficará em meus seios por uma eternidade.
Diante de seios homens viram meninos. Diante de seios meninos viram homens. Mesmo já conhecidos, algo fala neles e são essas palavras que os tornam sempre outros. Outros como nunca vistos. Pois são duas preciosas perolas de carne, que Deus ornamentou a mulher...
Mulheres por favor, façam mamografia todos os anos

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(Marcos Ernani)

"Deveríamos ser sensíveis como as crianças,
que sentem alegria nas pequenas coisas..."


Adeus,


que é tempo de marear!



Por que procuram pelos olhos meus

rastros de choro,

direções de olhar?



Quem fala em praias de cristal e de ouro,

abrindo estrelas nos aléns do mar?

Quem pensa num desembarcadouro?

- É hora, apenas, de marear.



Quem chama o sol? Mas quem procura o vento?

e âncora? e bússola? e rumo e lugar?

Quem levanta do esquecimento

esses fantasmas de perguntar?



Lenço de adeuses já perdi...Por onde?

- na terra, andando, e só de tanto andar...

Não faz mal. Que ninguém responde

a um lenço movido no ar...



Perdi meu lenço e meu passaporte

- senhas inúteis de ir e chegar.

Quem lembra a fala da ausência

num mundo sem correspondência?



Viajante da sorte na barca da sorte,

sem vida nem morte...



Adeus,

que é tempo de marear!



CECÍLIA MEIRELES